Milhares de brasileiros que convivem com doenças crônicas desconhecem um direito que pode transformar suas vidas: a possibilidade de solicitar aposentadoria antecipada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em 2025, enfermidades como hérnia de disco, fibromialgia e visão monocular podem garantir a concessão do benefício, com valores que chegam a R$ 5 mil por mês.
A chamada aposentadoria da pessoa com deficiência não exige incapacidade total para o trabalho, mas sim comprovação de limitações físicas ou sensoriais que impactem significativamente o desempenho profissional. A medida permite a aposentadoria com até 10 anos de antecedência, desde que o segurado comprove a condição por meio de laudos e exames específicos.
Doenças que garantem acesso ao benefício
Hérnia de disco: dor constante e limitação física
Entre as principais causas de afastamento no Brasil, a hérnia de disco afeta diretamente a mobilidade e a força muscular. A compressão dos nervos da coluna provoca dores intensas, irradiando para outras partes do corpo. Trabalhadores que exercem funções com esforço físico, como motoristas e operários, estão entre os mais prejudicados.
Para solicitar o benefício, é necessário apresentar laudos ortopédicos detalhados, ressonância magnética e histórico de tratamento médico. O INSS avalia o impacto da condição na capacidade de trabalho para conceder a aposentadoria especial.
Fibromialgia: a dor invisível que paralisa
A fibromialgia é uma síndrome que provoca dores crônicas, fadiga e distúrbios do sono, afetando diretamente a qualidade de vida. Embora os exames tradicionais não identifiquem alterações, o impacto na rotina profissional é significativo, principalmente em atividades que exigem concentração e resistência física.
O segurado precisa apresentar relatórios médicos, preferencialmente assinados por reumatologistas, além de comprovar tratamento contínuo com fisioterapia ou medicamentos. Mesmo sendo uma doença subjetiva, a documentação robusta é essencial para o reconhecimento do direito.
Visão monocular: reconhecimento legal amplia direitos
Desde 2021, a visão monocular — perda total da visão em um dos olhos — é reconhecida legalmente como deficiência sensorial. Isso facilitou o acesso à aposentadoria especial para quem enfrenta dificuldades em atividades que exigem percepção de profundidade, como dirigir ou operar máquinas.
Um laudo oftalmológico atualizado é indispensável, pois atesta de forma objetiva a limitação visual. O INSS considera os riscos associados ao ambiente de trabalho ao analisar esses casos.
Como essas condições impactam a vida profissional
A presença dessas enfermidades interfere diretamente na produtividade e segurança do trabalhador. Quem sofre com hérnia de disco, por exemplo, pode ter dificuldades para manter a postura ou levantar peso. Já a fibromialgia causa oscilações de bem-estar, tornando imprevisível o desempenho ao longo do dia. Pessoas com visão monocular enfrentam riscos constantes ao operar equipamentos ou dirigir.
Esses fatores reforçam a importância do diagnóstico precoce e da busca pelo benefício antes que a saúde se deteriore ainda mais.
Etapas para solicitar a aposentadoria especial
O processo de solicitação da aposentadoria por deficiência envolve algumas etapas fundamentais:
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Organização de documentos médicos:
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Hérnia de disco: ressonância magnética e laudo ortopédico;
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Fibromialgia: relatórios médicos de reumatologistas e comprovantes de tratamento;
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Visão monocular: laudo oftalmológico atualizado.
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Cumprimento das exigências do INSS: O tempo de contribuição varia conforme o grau da deficiência:
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Homens: 25 (grave), 29 (moderada) ou 33 anos (leve);
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Mulheres: 20, 24 ou 28 anos, respectivamente.
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Avaliação médica pericial: O INSS pode convocar o segurado para perícia presencial, com análise do grau da limitação funcional.
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Prazo de análise: A decisão pode levar até 90 dias. Após a aprovação, o pagamento costuma ocorrer em até 45 dias.
Valor do benefício e vantagens adicionais
O valor da aposentadoria pode ultrapassar os R$ 5 mil, a depender da média salarial e do tempo de contribuição do trabalhador. Em 2025, o teto do INSS é de R$ 8.062. Além disso, o cálculo do valor da aposentadoria especial costuma ser mais vantajoso do que o da aposentadoria comum.
Outro diferencial é a possibilidade de transição entre benefícios. Muitos segurados iniciam com o auxílio-doença e, após constatação da condição permanente, migram para a aposentadoria por deficiência.
Segurança e qualidade de vida
Optar pela aposentadoria especial pode significar mais do que um alívio financeiro: representa dignidade, saúde preservada e qualidade de vida. Para garantir esse direito, é fundamental contar com orientação médica, documentação adequada e, se possível, o suporte de um especialista em direito previdenciário.
Em um cenário de crescentes desafios no mercado de trabalho, conhecer os direitos e buscar alternativas legais pode fazer toda a diferença para quem convive com condições crônicas de saúde.